Objetivo é prender familiares de criminosos presos que recebem instruções. Apesar de presos, chefes do tráfico seguem no comando do tráfico.
Cláudia Loureiro Do G1, no Rio
A nova estratégia da Polícia Civil para combater o tráfico de drogas no Rio é enfraquecer a estrutura financeira das quadrilhas que atuam na cidade e prender todos os familiares que estejam envolvidos com líderes que já estão presos. As informações são do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e do chefe de polícia, Allan Turnowski. Nesta sexta-feira (30), dez pessoas foram presas numa ação no Morro do Borel, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Entre os presos estão a mullher e a irmã de Isaías da Costa Rodrigues, o Isaías do Borel, que cumpre pena em Catanduvas, e é apontado pela polícia como chefe de uma das principais facções criminosas que atuam no Rio.
Isaías é tio de Robocop, que antes de ser preso, comandava o tráfico de drogas no Borel. Ele está num presídio no Rio. Segundo Beltrame, os dois seguem comandando o tráfico de dentro das prisões, orientando familiares e advogados durante as visitas.
"Fica claro a situação da participação normalmente através de visitas de familiares ou advogados".
O chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski confirma as informações do secretário.
"Inicialmente as operações da polícia focavam na prisão dos líderes e depois no sistema financeiro. Agora, começa a terceira fase que é combater o lucro, o dinheiro que não é reinvestido no negócio, mas sustenta a família do tráfico. Continuaremos com ações para retirar armas, drogas, mas agora o principal é buscar o dinheiro do lucro do negócio. Infelizmente, há brechas na legislação e esses traficantes (preso) passam comandos aos seus subordinados", disse ele. Ele também falou que esse é o início da resposta do que vem acontecendo no Rio de Janeiro. "Estamos atacando os que se sentiam confortáveis, as famílias, que permaneciam isentas e tranquilas. Todos que determinarem ações no Rio terão suas famílias investigadas e presas", disse ele. As investições começaram pela 19ª DP (Tijuca) em fevereiro de 2008.
A mãe de Robocop, que é irmã de Isaías, também foi presa nesta sexta. Ela foi encontrada num apartamento na Rua Conde de Bonfim avaliado em R$ 150 mil e comprado com o dinheiro do tráfico, segundo a polícia. O imóvel foi sequestrado pela Justiça.
Ao todo foram expedidos 36 mandados de prisão, sendo 5 de prisão temporária e 31 de prisão preventiva. Outros 25 mandados de busca e apreensão também foram expedidos, além de um mandado de sequestro - referente ao imóvel.
Na ação, 10 pessoas foram presas, sendo que um dos suspeitos não fazia parte da operação. Ele era procurado por homicídio e porte de armas, mas segundo a polícia também agia no Morro do Borel. Outras 13 pessoas que tiveram mandados expedidos, já estão presas, entre eles Isaías e Robocop.
A polícia procura agora os outros 13 suspeitos.
Na ação, também foram apreendidos documentos e três carros.
A operação
A Operação Família S/A contou com a participação de 200 policiais civis de várias delegacias, além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Os agentes também tiveram o apoio de dois helicópteros.
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