sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Polícia Civil do Paraná entra em greve sábado

Decisão foi tomada ontem, em Curitiba, pelo Sinclapol. Policiais militares e bombeiros também não aceitam proposta do governo

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André Luiz Gutierrez, presidente do Sinclapol, confirmou indicativo de greve para sábado, no Paraná
A Polícia Civil do Paraná entra em greve neste sábado. A decisão foi tomada ontem, em assembleia, em Curitiba, pelo Sindicato das Classes dos Policiais Civis (Sinclapol). De acordo com André Luiz Gutierrez, presidente da entidade, a medida responde à negligência do Governo do Estado que não apresentou uma proposta de nova tabela salarial, na tarde de terça-feira, conforme prometido pelos secretários de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, e da Administração e Previdência, Luiz Sebastiani. “O Governo apresentou uma proposta aquém do que foi combinado e aquém do que vislumbrávamos, contemplando apenas e de uma forma insubstancial as quarta e quinta classes. Por isso vamos parar”, diz.
De acordo com Elter Taets Garcia, representante do sindicato na região dos Campos Gerais, o governo estadual será notificado hoje, às 10 horas da manhã, sobre a paralisação. “Vamos dar um prazo de 48 horas. No sábado, às 10 horas, iniciamos a paralisação por tempo indeterminado”, salienta. Hoje, acontecem as assembleias de outras duas entidades: Adepol e o Sindipol. Ambas seguirão a decisão tomada na noite de ontem, pelo Sinclapol.
Leia a matéria na integra no JM impresso.


BLOG DO LOMEU O relato de um dos moradores de Esmeraldas (Região Metropolitana de Belo Horizonte) convenceu deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais de que a morte do sargento da PM Rafael Augusto Reis de Rezende, ocorrida em janeiro, não foi motivada por legítima defesa. O presidente da comissão, Durval Ângelo (PT), e o deputado Sargento Rodrigues (PDT) estiveram, nesta quinta-feira (16/2/12), na rua Vereador Antônio Costa Diniz, local onde o militar foi assassinado

De acordo um funcionário do Clube Itaporã, de onde o militar havia saído, o corpo da vítima estava caído de costas para a entrada do estabelecimento; sua mão esquerda ainda segurava uma caneca de metal com cerveja e a direita estava próxima à sua perna. Na opinião dos dois deputados, isto mostra que ele foi morto pelas costas. Testemunhas ouvidas anteriormente disseram que um dos assassinos imobilizou o policial num golpe de gravata e fez dois disparos. 

No clube ocorria um baile funk, no qual começou uma briga que culminou com a morte do policial militar do Grupamento de Ações Táticas (Gate). O sargento foi morto com sete tiros. Os acusados são os policiais civis Allan Ribeiro, 21 anos, conhecido como “Índio”, Alan dos Santos, 30, David Thiago Santos, 30, e Isaías Barbosa, 32. 

O crime ocorreu na madrugada do dia 15 de janeiro deste ano. A morte ocorreu fora do clube, em frente uma das casas da rua. O funcionário afirmou que não presenciou o crime, pois saiu antes do momento em que ele ocorreu, mas viu o corpo na manhã do dia seguinte, quando retornou ao trabalho. 

Uma das moradoras da casa onde o corpo foi encontrado também foi ouvida pelos deputados. O muro da casa, o passeio e o portão foram reformados esta semana. De acordo com a moradora, o trabalho foi feito com o consentimento da polícia. Ela afirmou que os peritos encontraram uma bala dentro do quintal de sua casa, e que ela teria atravessado o portão. A moradora negou ter testemunhado o crime, alegando que estava na zona rural da cidade. Um catador de latinhas que estava no clube também foi ouvido e disse que ouviu disparos e correu para o banheiro, não sendo, também, testemunha.

Investigações - Os dois deputados afirmaram que a comissão não vai parar com as investigações, enquanto os culpados pelo crime não forem punidos. Ambos pediram a colaboração da população para a elucidação dos fatos, argumentando que, se os assassinos continuam soltos, podem querer se livrar daqueles que assistiram ao fato. “Outros crimes podem acontecer”, advertiu Sargento Rodrigues. Durval Ângelo afirmou que a comissão já pediu ao Ministério Público a prisão preventiva dos acusados. “Isto deve tranquilizar a população”, acredita.