segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Nove assaltantes são mortos em operação policial em Itamonte


Uma operação conjunta entre a Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG) acabou com nove bandidos mortos durante uma troca de tiros cinematográfica entre policiais e criminosos, em Itamonte, na região Sul de Minas, na madrugada deste sábado (22). 
Segundo a Polícia Militar (PM), um grupo de 25 criminosos atuou na ação. Apesar disso, a Polícia Civil de São Paulo confirma apenas 15 integrantes no bando até o momento. Eles são suspeitos de outros assaltos a caixas eletrônicos em Minas Gerais e pretendiam arrombar equipamentos em várias cidades do Sul de Minas, como Caxambu, Passa Quatro e Itamonte. O que mais chamou a atenção da polícia foi o fato de os criminosos usarem capuzes e máscaras de palhaço, além de vestirem coletes à prova de balas durante a ação.
Os bandidos saíram do estado de São Paulo no início da madrugada, por volta de 0h30, em cinco veículos: um Honda Civic, um Eco Sport, uma Duster e um Palio. Porém, quando os criminosos chegaram na Praça Padre Francisco Mira, no centro de Itamonte, por volta de 2h30, foram surpreendidos por um grupo de policiais civis e militares.
Houve troca de tiros entre os suspeitos e os policiais, sendo que cinco bandidos foram presos. Três deles foram baleados e detidos ainda em Itamonte, no local do confronto com os policiais. Outros dois foram localizados nas cidades de Guaratinguetá e Arujá, ambas no interior de São Paulo. Ao todo, nove criminosos morreram. Quatro deles foram baleados dentro do Honda Civic e cinco suspeitos foram atingidos por tiros em uma perseguição policial na entrada da cidade, na BR-354, na altura dos km 754 e 758. Um policial civil também ficou ferido ao ser atingido por um tiro no braço, mas não corre risco de morrer.
Um caixa eletrônico do Bradesco, que fica a cerca de 800 metros da praça Padre Francisco Mira, chegou a ser estourado durante o tiroteio, mas os bandidos não teriam conseguido tirar o dinheiro por conta da chegada da polícia. Equipes das polícias civil e militar de Itamonte, Passa Quatro, Caxambu e São Lourenço, da mesma região, também deram reforço. Ao todo, 80 policias civis receberam apoio de 80 policiais mineiros, sendo 40 militares e outros 40 da PRF.  Com os criminosos, a polícia apreendeu fuzis, pistolas, bananas de dinamite, um pé de cabra e outros materiais para arrombamento de caixas eletrônicos.
Um servidor da prefeitura de Itamonte, que pediu para ter a identidade preservada, contou que chegou a socorrer um dos bandidos que foi baleado no joelho. O suspeito foi levado para o pronto-atendimento de Itamonte e depois transferido para São Lourenço. Segundo ele, o assaltante não falou nada durante o socorro, mesmo ao ser interrogado pelos policiais.
De acordo com os delegados João Eusébio, chefe do 17º Departamento da Polícia Civil de Pouso Alegre, e Flávio Pinheiro Lopes, chefe da Divisão de Investigação Criminal de São Paulo (DIC-SP), que coordenam a investigação, o bando de criminosos é investigado desde meados de 2012 pela Polícia Civil. Apesar disso, a policia ainda não sabe dizer se os suspeitos podem ser autores de outros crimes similares praticados na região.
Segundo a PM de Passa Quatro, pelo menos 14 criminosos usaram um carro e um caminhão para fugir pela BR-166, mais conhecida como rodovia Dutra – principal rodovia do Brasil, que liga o Sul ao Norte do país. Porém, a Polícia Civil não confirma essa informação e trabalha apenas com um suspeito ainda procurado, que escapou por um matagal nas redondezas de Itamonte durante o tiroteio.
HISTÓRICO
Os tiros ouvidos por moradores na madrugada de hoje (22) não foram novidade na pequena cidade de Itamonte, no Sul de Minas, que tem apenas 14 mil habitantes. Em novembro passado, assaltantes já tinham estourado dois caixas eletrônicos na cidade, um do Santander e outro do Banco do Brasil, que ficam na praça Padre Francisco Mira, no centro – mesmo cenário do tiroteio que acabou com nove criminosos mortos.
Na ocasião, moradores relatam ter ouvido a explosão dos caixas e depois tiros disparados pelos assaltantes contra a polícia. “Minha filha acordou nesse dia e ficou muito assustada. Meu marido havia viajado para São Paulo e ficamos sozinhas” relatou uma moradora, de 28 anos, que preferiu preservar seu nome.
No assalto de novembro, os bandidos conseguiram fugir levando dinheiro. O crime, na época, foi uma novidade na cidade, que é citada como pacata por moradores.
fonte o jornal o TEMPO