domingo, 21 de agosto de 2011

PM retira escolta de Alexandre Neto após críticas à corporação


Enquanto se discute se a juíza Patrícia Acioli precisava ou não receber proteção policial - por conta das ameaças e do alto risco de seu trabalho - o delegado Alexandre Neto teve a escolta reduzida por ordem da cúpula da Polícia Militar do Estado do Rio. O delegado Neto foi alvo de atentado a tiros em setembro de 2007 e sofreu ameaças detectadas em escuta telefônica durante a Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que desmantelou quadrilha formada por policiais civis e miltares agindo dentro da Polícia Civil. Neto já havia contribuído com a investigação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-chefe da Polícia Civil, do Rio, Álvaro Lins, suspeito de envolvimento com a máfia dos caça níqueis.

O delegado Neto tem uma escolta formada por policiais civis e militares, que foi determinada pelo Ministério Público Federal com total apoio do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, cioso de seu dever de proteger policiais honrados que atuam em defesa da sociedade. Esta semana os quatro policiais que participam da proteção de Neto foram chamados ao quartel-general da PM e informados que eles seriam removidos do serviço. De fato, o boletim interno da Polícia Militar, de número 151, do dia 16 de agosto deste ano, comunica a transferência dos seguintes policiais: subtenente Osmar, sargento Gilson, cabo Ícabo e soldado Osmar. O subtenente foi mandado para Caxias. O soldado Osmar será enviado para Belford Roxo. O sargento Gilson para Magé. E o cabo Ícabo para Nova Iguaçu. Os policiais foram mandados para bem longe de suas casas, como se estivessem sofrendo um castigo por terem aceitado a trabalhar com o delegado.
Esses quatro policiais conquistaram a confiança do delegado Alexandre Neto pelos bons serviços prestados à Delegacia Anti-Sequestro (DAS), onde Neto trabalhara até sofrer o atentado, que acabou levando-o a uma aposentadoria precoce. O boletim da PM não explica afinal por que o comando decidiu remover os quatro policiais justamente na semana em que uma autoridade do Poder Judiciário teve a excecução muito facilitada por não dispor de uma escolta do Tribunal de Justiça. A falta de escolta não impediria que a juíza fosse morta, mas com certeza a presença de proteção policial dificultaria bastante a ação dos assassinos.
O boletim da PM não explica mas não posso deixar de registrar a estranha coincidência de os PMs terem sido removidos da escolta no dia seguinte ao texto de Alexandre Neto, neste blog, no qual foi apresentada a proposta de que a Polícia Militar também fosse responsabilizada pela morte da juíza, já que próximo ao local onde ela foi morta há um DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo), da PM, onde nada foi visto, ouvido ou sabido. O que reforçaria a hipótese de que houve policiais na cobertura do comboio aassasino ou fizeram vista grossa para o crime.
Obviamente não quero crer que a escolta de Neto tenha sido removida por que ele exerceu o mais simples direito de todos nós neste blog, que é o de nos expressarmos livremente, sem qualquer censura. Se isso for verdade, a situação é mais grave do que imagino. Sendo assim, teria que imaginar que a cúpula da PM não apenas não sabe conviver com as críticas como é rápida na retaliação de seus críticos, enquanto que deveria ser urgente, isso sim, no combate ao crime e a todo tipo de criminoso. Se parar por aí, menos mal. O pior agora é termos mais uma morte anunciada, dessa vez com um empurrãozinho da cúpula da PM.

EM MINAS GERAIS, CRIME ORGANIZADO PLANEJAVA MATAR JUIZ, PROMOTOR E SARGENTO DA PM


 TEÓFILO OTONI – A Polícia Civil desmantelou um plano de assassinato contra membros da segurança pública da cidade. Integrantes do crime organizado pretendiam matar o juiz Flávio Kretli, o promotor público Hélio Pedro Soares e o sargento da Polícia Militar, Adaílton Gusmão. O esquema estava sendo armado a cerca de 40 dias por seis homens detidos no presídio municipal. O grupo estaria sendo chefiado pelo detento Jehus Boeque, condenado em junho deste ano a 18 anos de prisão por tráfico de drogas. 

A informação da conspiração foi obtida após o advogado de um detento transferido do Maranhão repassar os detalhes do complô à Polícia Civil da cidade. O preso teria ouvido a conversa e falado do assunto para o seu advogado, que contou tudo à PC.
Dois presidiários que estavam de liberdade provisória foram presos em Setubinha, suspeitos de estarem acompanhando a rotina das vítimas (o juiz, o promotor e o policial militar). O delegado João Augusto acompanha as investigações. Ele disse à imprensa que um dos homens trabalhou numa fazenda próxima de outra pertencente a Flávio Kretli. “Ele teria passado detalhes da rotina do magistrado ao grupo, como o trajeto de carro e os seus horários”, disse.
Entre os acusados de planejar o crime estaria também o traficante Alan Cara Fina.

Represália
De acordo informações obtidas pelo jornal DIÁRIO com alguns policiais de T. Otoni, que pediram sigilo, apesar do plano de assassinato da quadrilha ter sido descoberto, estes ainda mantém a idéia de matar os alvos.
Os bandidos teriam armado o plano por terem sido presos, julgados e condenados por Flávio, Hélio Pedro e Adaílton. A Polícia Civil continua a investigar o caso. Os acusados devem ser indiciados por formação de quadrilha e coação. Cada um pode pegar oito anos de prisão.
Flávio ganhou proteção especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Este enviou um segurança para acompanhar o magistrado diariamente, inclusive em casa. Ele inclusive estaria utilizando um carro blindado. Já Hélio Pedro está evitando sair de casa.


DIÁRIO DE TEOFILO OTONI