sábado, 2 de julho de 2011

Itamar Franco resgatou a dignidade dos militares ao conceder anistia aos excluídos do movimento de 1997.

O ex-presidente e ex-governador de Minas, Itamar Franco, morreu nesta manhã de sábado (02/07/11) aos 81 anos após um acidente vascular em São Paulo, 12 anos depois de conceder anistia a 182 militares mineiros envolvidos no maior protesto por melhores salários da história do país, em 1997. 
O movimento reivindicatório repercutiu em todo o território nacional, culminando em outros movimentos país afora.
A anistia possibilitou a reintegração dos policiais militares ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBM-MG). No mesmo ano, Itamar concedeu um dos maiores reajustes para a segurança pública do Estado, elevando o piso de R$ 615 para R$ 1mil. O ex-governador também ficou conhecido por ter regularizado as pendências financeiras de Minas, cuja dívida, chegava a R$ 21 bilhões com a União. 
Para os servidores da segurança pública, Itamar Franco foi o responsável por permitir que policiais e bombeiros de Minas voltassem a ter dignidade e cidadania.
Itamar Augusto Cautiero Franco
 (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Trajetória 
A naturalidade baiana de Itamar Franco se justifica: ele nasceu a bordo de um navio. Sua mãe, recentemente viúva, registraria o filho em Salvador, onde morava um tio. Sua família era de Juiz de Fora, onde ele cresceu e se formou em Engenharia Civil em 1955. Iniciou a vida política em 1967, quando foi eleito prefeito em Juiz de Fora. Foi eleito para mais um mandato em 1973, mas ficou no cargo por apenas um ano, já que concorreu e ganhou uma vaga no Senado. Em 1982, é reeleito para o cargo. Disputa o governo de Minas em 1986, mas é derrotado por Newton Cardoso. 
Em 1989, Itamar filia-se ao desconhecido Partido da Reconstrução Nacional (PRN) para ser candidato à vice na chapa de Fernando Collor de Melo. Em 1992, Collor é acusado de corrupção e renuncia ao cargo no dia 27 de dezembro. Itamar assume o País com uma inflação de 1.100% em 1992. No ano seguinte, a inflação atingiria 6.000%. Em meio a essa crise, várias cabeças de ministros da Economia rolaram, até que Fernando Henrique Cardoso chega com a proposta de implantar o Plano Real, uma idealização do economista Edmar Bacha. O plano dominou a hiperinflação. Em seu mandato também foi realizado um plebiscito que decidiria qual a forma e o sistema de governo no País. Quase 30% dos votantes não compareceram ao plebiscito ou anularam o voto. Dos que comparecem às urnas, 66% votaram a favor da República, contra 10% favoráveis à Monarquia. O Presidencialismo recebeu 55% dos votos, ao passo que o Parlamentarismo obteve 25% dos votos. Em função dos resultados, foi mantido o regime republicano e presidencialista. 
Em 1998, Itamar elege-se governador de Minas pelo PMDB. Governo bastante turbulento, logo no primeiro dia, Itamar decreta a moratória do Estado. Essa atitude polêmica levou Itamar a ser acusado pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, de agir contra a estabilidade de regras necessária à atração de investimentos estrangeiros. Outro episódio marcante foi sua reação contra a privatização de Furnas, quando a Polícia Militar foi mobilizada para intervir no caso. 
Atividades 
· Auxiliar de estatística do IBGE 
· Topógrafo do DNOS 
· Diretor da Divisão Industrial de Juiz de Fora/MG 
· Diretor do Departamento de Água e Esgoto de Juiz de Fora/MG 
· Eletrotécnico 
· Industrial 
· Engenheiro 
· Servidor público 
· Administrador 
· Prefeito de Juiz de Fora/MG - 1967 a 1971 e 1973 a 1974 
· Senador - 1975 a 1983 e 1983 a 1990 
· Vice-presidente da República - 1990 a 1992 
· Presidente da República - 1992 a 1994 
· Governador de Minas Gerais - 1999 a 2003 
· Embaixador do Brasil na Itália - 2004 a 2005