Nove assaltantes são mortos em operação policial em Itamonte
Uma operação conjunta entre a Polícia Civil de São Paulo e a Polícia
Rodoviária Federal de Minas Gerais (PRF-MG) acabou com nove bandidos
mortos durante uma troca de tiros cinematográfica entre policiais e
criminosos, em Itamonte, na região Sul de Minas, na madrugada deste
sábado (22).
Segundo
a Polícia Militar (PM), um grupo de 25 criminosos atuou na ação. Apesar
disso, a Polícia Civil de São Paulo confirma apenas 15 integrantes no
bando até o momento.
Eles são suspeitos de outros assaltos a caixas eletrônicos em Minas
Gerais e pretendiam arrombar equipamentos em várias cidades do Sul de
Minas, como Caxambu, Passa Quatro e Itamonte. O que mais chamou a
atenção da polícia foi o fato de os criminosos usarem capuzes e máscaras
de palhaço, além de vestirem coletes à prova de balas durante a ação.
Os bandidos saíram do estado de São Paulo no início da madrugada, por
volta de 0h30, em cinco veículos: um Honda Civic, um Eco Sport, uma
Duster e um Palio. Porém, quando os criminosos chegaram na Praça Padre
Francisco Mira, no centro de Itamonte, por volta de 2h30, foram
surpreendidos por um grupo de policiais civis e militares.
Houve troca de tiros entre os suspeitos e os policiais, sendo que cinco
bandidos foram presos. Três deles foram baleados e detidos ainda em
Itamonte, no local do confronto com os policiais. Outros dois foram
localizados nas cidades de Guaratinguetá e Arujá, ambas no interior de
São Paulo. Ao todo, nove criminosos morreram. Quatro deles foram
baleados dentro do Honda Civic e cinco suspeitos foram atingidos por
tiros em uma perseguição policial na entrada da cidade, na BR-354, na
altura dos km 754 e 758. Um policial civil também ficou ferido ao ser
atingido por um tiro no braço, mas não corre risco de morrer.
Um caixa eletrônico do Bradesco, que fica a cerca de 800 metros da praça
Padre Francisco Mira, chegou a ser estourado durante o tiroteio, mas os
bandidos não teriam conseguido tirar o dinheiro por conta da chegada da
polícia. Equipes das polícias civil e militar de Itamonte, Passa
Quatro, Caxambu e São Lourenço, da mesma região, também deram reforço.
Ao todo, 80 policias civis receberam apoio de 80 policiais mineiros,
sendo 40 militares e outros 40 da PRF. Com os criminosos, a polícia
apreendeu fuzis, pistolas, bananas de dinamite, um pé de cabra e outros
materiais para arrombamento de caixas eletrônicos.
Um servidor da prefeitura de Itamonte, que pediu para ter a identidade
preservada, contou que chegou a socorrer um dos bandidos que foi baleado
no joelho. O suspeito foi levado para o pronto-atendimento de Itamonte e
depois transferido para São Lourenço. Segundo ele, o assaltante não
falou nada durante o socorro, mesmo ao ser interrogado pelos policiais.
De acordo com os delegados João Eusébio, chefe do 17º Departamento da
Polícia Civil de Pouso Alegre, e Flávio Pinheiro Lopes, chefe da Divisão
de Investigação Criminal de São Paulo (DIC-SP), que coordenam a
investigação, o bando de criminosos é investigado desde meados de 2012
pela Polícia Civil. Apesar disso, a policia ainda não sabe dizer se os
suspeitos podem ser autores de outros crimes similares praticados na
região.
Segundo a PM de Passa Quatro, pelo menos 14 criminosos usaram um carro e
um caminhão para fugir pela BR-166, mais conhecida como rodovia Dutra –
principal rodovia do Brasil, que liga o Sul ao Norte do país. Porém, a
Polícia Civil não confirma essa informação e trabalha apenas com um
suspeito ainda procurado, que escapou por um matagal nas redondezas de
Itamonte durante o tiroteio.
HISTÓRICO
Os tiros ouvidos por moradores na madrugada de hoje (22) não foram
novidade na pequena cidade de Itamonte, no Sul de Minas, que tem apenas
14 mil habitantes. Em novembro passado, assaltantes já tinham estourado
dois caixas eletrônicos na cidade, um do Santander e outro do Banco
do Brasil, que ficam na praça Padre Francisco Mira, no centro – mesmo
cenário do tiroteio que acabou com nove criminosos mortos.
Na ocasião, moradores relatam ter ouvido a explosão dos caixas e depois
tiros disparados pelos assaltantes contra a polícia. “Minha filha
acordou nesse dia e ficou muito assustada. Meu marido havia viajado para São Paulo e ficamos sozinhas” relatou uma moradora, de 28 anos, que preferiu preservar seu nome.
No assalto de novembro, os bandidos conseguiram fugir levando dinheiro. O
crime, na época, foi uma novidade na cidade, que é citada como pacata
por moradores.
fonte o jornal o TEMPO