Prezados leitores, a PMERJ tem muitos problemas, dois deles tem um efeito destruidor para a própria Corporação: a corrupção e a subserviência política.
Pelo que eu sei a última vez que um comandante geral da PMERJ disse não ao governo estadual foi no ano de 2008 através do Coronel de Polícia Ubiratan, que acabou sendo exonerado por defender os interesses da Polícia Militar. A nossa triste realidade dá conta que os que sucederam Ubiratan não disseram e não dizem não à vontade dos políticos, mesmo quando essa intenção seja cruel para a Polícia Militar.
É de domínio público que as UPPs são o principal projeto político do atual governo, o único que tem aceitação popular, aliás, uma excelente aceitação por parte da população (eleitores). Para alavancar esse interesse político, o governo estadual transformou a PMERJ em uma fábrica de Policiais Militares, facilitando muito a prova do concurso para o Curso de Formação de Soldados e lotou o CFAP de novos alunos, alcançando atualmente cerca de 3.500 alunos.
Obviamente, o CFAP não tinha e não tem condições de receber esse número de alunos, o que transformou o nosso Centro de Formação de Soldados em um conjunto de problemas, os quais além de acarretarem inúmeras dificuldades para os alunos, contribuem para a desqualificação da tropa, em face da formação deficiente.
O nosso blog tem denunciado esse caos, inclusive denunciamos realizando um ato em frente ao CFAP (vídeo), dando voz ao sofrimento dos alunos, o que fazemos também nas redes sociais. No twitter, o @soldadotristerj (veja as mensagens) tem apresentado incontáveis denúncias. A mais recente dá conta que os alunos residentes estariam sendo obrigados a esvaziar os seus armários, para que outros alunos possam utilizar (cartaz com a ordem). Prezados leitores, o CFAP fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, distante do Centro, o que faz com muitos alunos tenham que ficar na condição de residentes (morando no quartel) durante a semana, tendo em vista que a distância e os péssimos salários impedem o ir e vir para casa, principalmente, diante dos gastos com as passagens. Pelo que foi informado, serão esses alunos que terão que esvaziar os armários, aumentando as suas dificuldades.
E, por falar em salários, no CFAP eles continuam atrasando cerca de três meses para os novos alunos, que sem alternativa contraem empréstimos para saldar suas dívidas, pois são obrigados a abandonar os empregos anteriores para participarem do curso. Isso faz com que os PMs já comecem a vida completamente endividados, alguns com dois ou três empréstimos no contracheque.
A situação financeira se agrava ainda mais com o fato dos alunos terem que pagar a impressão do material didático e que comprar os uniformes, pois o governo não cumpre a sua obrigação de dar os uniformes.
Será que esse jovem PM endividado, ao chegar nas ruas do Rio de Janeiro para atuar no policiamento (fiscalizar), pode ser uma presa fácil para os corruptos?
Fica a pergunta para reflexão.
A completa subserviência política dos comandos está destruindo a PMERJ, uma Instituição bicentenária que está sendo transformada em prostituta, ao só dizer sim.
Juntos Somos Fortes!